Humanização na Saúde

Humanização na saúde

Escrito por Adriana

1 de novembro de 0202

Há vários anos, o termo Humanização vem sendo muito enfatizado, estando presente em diversos artigos na área da saúde, em várias discussões entre profissionais e até mesmo entre pacientes e seus acompanhantes.

Mas o que significa esta palavra? Se olhar nos dicionários, humanização quer dizer ato ou efeito de humanizar(-se), de tornar(-se) benévolo ou mais sociável. E dentro da área da saúde? Mais do que qualquer outra pessoa, o ser humano que está fragilizado e procura um profissional da saúde precisa ser visto em sua totalidade, mas não só através do aspecto físico, e sim também do mental, cultural, social e emocional.

Boas práticas no âmbito da saúde, seja em uma clínica, consultório ou hospital gera um atendimento de qualidade, com satisfação tanto do paciente como dos profissionais envolvidos, além de auxiliar na recuperação de doenças e traumas. De tal modo, observa-se a importância de chamar o paciente pelo nome, de ter contato visual e de ter empatia, pois é através dessas práticas que se oferece um atendimento de excelência.

No SUS, temos as boas práticas como sua base, visto que os princípios deste possuem uma interação humanista: universalidade, equidade, integralidade e participação social. Mas, em seus anos de existência, nem sempre encontra-se essa humanização presente no dia a dia, sendo a qualidade da atenção ao usuário uma das críticas mais enfrentadas.

A preocupação com essa questão acabou por resultar, no ano 2000, na criação do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAN) pelo Ministério da Saúde, tornando-se mais tarde, em 2003, o HumanizaSUS (Política Nacional de Humanização – PNH). Esses programas vieram principalmente após várias pesquisas realizadas com o público que frequentava o SUS demonstrarem que a forma do atendimento e a capacidade demonstrada pelos profissionais de saúde em compreender sua demanda e sua expectativa eram fatores  mais valorizados que a falta de médicos, a falta de espaço nos hospitais, a falta de medicamentos, entre outras coisas.

Assim sendo, o HumanizaSUS foi criado com o objetivo de valorizar as pessoas em todas as práticas de atenção e gestão, auxiliando-as a implementar habilidades mais humanas em conjunto com as competências técnicas inerentes a cada profissional da saúde. No entanto, a efetividade deste programa ainda não é perfeita, pois depende de muitas frentes, tanto de pessoal como estrutural. Mesmo assim, sabe-se que em vários locais este trabalho de humanização é levado a sério, trazendo resultados surpreendentes tanto para o paciente quanto para seus familiares e para os profissionais que o atendem.

Para ilustrar, no final desse artigo há um link de uma palestra que mostra a importância de se ver aquele que procura o atendimento como um ser complexo, que possui fragilidades, traumas, e que vai muito além de sua dor e de sua doença. Quem discorre sobre este tema é a médica da família e comunidade Júlia Rocha, que fala sobre o verdadeiro cuidado com as pessoas em sua apresentação “O SUS e a humanização da saúde”

De tal modo, nunca podemos esquecer de que sempre deve-se ver um paciente além de suas queixas, entendendo a importância de se ter um olhar no todo, não nas partes. Assim, visa-se a integralidade do ser humano, realmente o abrangendo como indivíduo biopsicossocial que é.

https://youtu.be/GE2v0GmESdg

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Adriana S. Scarpin Mesquita

Fonoaudióloga e sócia da SIGLA Educacional

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