A importância da triagem auditiva na infância, além da fase neonatal
Muito se fala sobre a Triagem Auditiva Neonatal, mas ela é importante somente nessa fase da vida da criança?
Embora o rastreamento auditivo para recém-nascidos no Brasil tenha avançado significativamente nos últimos anos, muitas crianças ainda desenvolvem perda auditiva posteriormente devido a doenças, lesões ou fatores genéticos. Estudos indicam que cerca de 6 a 7 em cada 1.000 crianças em idade escolar apresentam perda auditiva permanente. No entanto, muitos pais e profissionais assumem, erroneamente, que exames auditivos são realizados regularmente durante as consultas pediátricas de rotina, o que nem sempre acontece. Isso destaca a necessidade de triagens auditivas periódicas na infância.
No Brasil, a Triagem Auditiva Escolar (TAE) tem como objetivo identificar precocemente problemas auditivos em crianças em idade escolar, permitindo encaminhamento adequado e melhor prognóstico para o tratamento. A detecção antecipada da perda auditiva contribui para a prevenção de dificuldades na fala, no desenvolvimento da linguagem e na comunicação, aspectos fundamentais para a qualidade de vida.
A TAE está prevista na Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) e conta com redes de atenção à saúde auditiva para diagnóstico, tratamento e reabilitação de crianças a partir de três anos. Além disso, o Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007, inclui a avaliação auditiva como parte das ações de promoção e prevenção em saúde, mas sem torná-la obrigatória.
A implementação de programas de triagem auditiva na infância requer protocolos bem definidos, escolha adequada de equipamentos e treinamento de proteção dos profissionais envolvidos. Além da seleção do método de triagem, é essencial monitorar a qualidade do programa, garantindo que as crianças com perda auditiva recebam acompanhamento adequado. Profissionais da área de audição podem colaborar com programas de educação infantil para estabelecer práticas mais práticas e atualizar metodologias desatualizadas, garantindo que as crianças sejam triadas em ambientes naturais e confortáveis.
Expandir a triagem auditiva para outros contextos, como consultas pediátricas e programas de intervenção precoce, é crucial para identificar crianças que desenvolveram perda auditiva após a triagem neonatal ou que foram perdidas no acompanhamento inicial. Pesquisas mostram que incorporar a triagem auditiva a exames de rotina ajuda a identificar casos que, de outra forma, passariam despercebidos. No futuro, o envolvimento de profissionais especializados aprimoraria ainda mais os esforços de detecção e intervenção, garantindo para mais crianças suporte no momento certo.
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