Durante sua estadia na casa do Big Brother Brasil 24 a cantora Vanessa Camargo relatou que um de seus filhos tem apraxia de fala. Ele começou a falar aos 3 anos de idade. Mas você sabe o que é apraxia de fala?
A apraxia afeta a programação e o planejamento das sequências de movimentos necessários para a fala, já que o cérebro não envia os comandos apropriados para os articuladores, tornando a produção das palavras difícil. É uma disfunção funcional que nem sempre é identificada em exames de imagem cerebral, como ressonância magnética e tomografia. Portanto, a apraxia de fala é um distúrbio neurológico da fala na qual a precisão e a consistência dos movimentos adjacentes à fala estão prejudicadas na ausência de déficits neuromusculares.
O comprometimento central no planejamento e/ou programação dos parâmetros espaço-temporais das sequências de movimento resulta em erros na produção dos sons da fala e na prosódia.
Mas afinal, quais são as características diagnósticas que diferenciam a apraxia de fala a outros distúrbios dos sons da fala na infância? Segundo a ASHA, existem três características três características segmentares e suprassegmentais consistentes com um déficit no planeamento e programação de movimentos para a fala ganharam algum consenso entre aqueles que estudam apraxia de fala na infância, sendo eles: erros inconsistentes em consoantes e vogais em produções repetidas de sílabas ou palavras, transições co-articulatórias alongadas e interrompidas entre sons e sílabas, prosódia inadequada, especialmente na realização de acento lexical ou frasal.
Vale ressaltar que essas características não são propostas como sinais necessários e suficientes para o diagnóstico de apraxia. Acontece da frequência destes e de outros sinais mudarem dependendo da complexidade da tarefa, da idade da criança e da gravidade dos sintomas.
Também consideram-se características da apraxia de fala: busca articulatória antes de emitir, distorções consonantais, dificuldade com transições de movimento suaves e precisas de um som para outro, dificuldade crescente com sílabas e formas de palavras mais longas ou mais complexas; adições/inserções de schwa – inserção de schwa entre consoantes ou no final de palavras, fala mais lenta do que a taxa típica, segregação de sílabas – pausas entre sons, sílabas ou palavras que afetam transições suaves, ensurdecimento ou sonorização de pares consonantais mínimos, ou seja, sons surdos produzidos como seus cognatos sonoros e distorções ou substituições vocálicas.
As características comportamentais supostamente associadas à apraxia de fala colocam a criança em risco aumentado de problemas na linguagem expressiva e alteração nos fundamentos fonológicos para a alfabetização. Tal como acontece em crianças com outros distúrbios da fala, há a possibilidade de se ver problemas concomitantes de linguagem e alfabetização, incluindo atraso no desenvolvimento da linguagem, problemas de linguagem expressiva, como confusão na ordem das palavras e erros gramaticais, problemas para aprender a ler, soletrar e escrever e problemas com linguagem social/pragmática.
Problemas sensoriais e motores não relacionados à fala também acontecem, a saber: atrasos motores grossos e finos, falta de jeito motora, apraxia oral, apraxia de membros, dificuldades alimentares e percepção orossensorial anormal (hiper ou hiposensibilidade na área oral).
A avaliação, o diagnóstico e o plano terapêutico deve ser realizada por um fonoaudiólogo(a) experiente em transtornos motores da fala e de linguagem.
Saiu na mídia: Apraxia de fala: entenda condição do filho de Wanessa Camargo (msn.com)
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