E você, já fez seu cocô hoje? Cientistas descobrem relação entre o microbioma intestinal e o cérebro
Nos confins de nosso trato gastrointestinal, reside uma comunidade vasta de micróbios, totalizando trilhões em número. Este ecossistema, composto por uma variedade de bactérias, vírus, fungos e outros microorganismos, é conhecido como microbioma intestinal. Sua presença é crucial para a saúde global, desempenhando funções essenciais na digestão dos alimentos e na síntese de nutrientes vitais para o organismo.
Além disso, esses micróbios são fundamentais para o fortalecimento do sistema imunológico e para a produção de substâncias químicas que influenciam diretamente o funcionamento cerebral. No entanto, um desequilíbrio neste delicado ecossistema pode resultar em problemas de saúde, contribuindo para o surgimento de diversas doenças.
Pode parecer surpreendente a noção de que a comunidade microbiana do intestino pode influenciar as funções cerebrais. Contudo, estudos revelam que existe uma conexão entre o cérebro e o microbioma intestinal por meio do eixo microbiota-intestino-cérebro. Este é um complexo sistema composto por neurônios, proteínas e substâncias químicas que facilitam a comunicação entre o sistema digestivo e o cérebro.
A saúde do cérebro é influenciada pela microbiota intestinal por meio da liberação de toxinas e ácidos graxos de cadeia curta, os quais regulam a permeabilidade intestinal e diversas funções imunológicas. Estudos observacionais sugerem que pacientes com doença de Alzheimer apresentam uma redução na diversidade do microbioma, o que pode contribuir para o desenvolvimento da doença.
E por que essa descoberta é tão importante? Identificar a base genética da abundância microbiana e seu impacto na doença de Alzheimer pode fornecer insights para mudanças no estilo de vida que podem diminuir o risco de desenvolvimento da condição.
Isso é o que nos revela um estudo liderado por Davis Cammann, que usou os dados do maior estudo de associação genômica de gêneros de microbiota intestinal do consórcio MiBioGen e analisou a pontuação de risco poligênico com o modelo “melhor ajuste”, determinando a correlação genética entre 119 gêneros e doença de Alzheimer em uma amostra de descoberta (Cammann, D., Lu, Y., Cummings, MJ et al. Correlações genéticas entre a doença de Alzheimer e gêneros do microbioma intestinal. Sci Rep 13 , 5258 (2023). https://doi.org/10.1038/s41598-023-31730-5).
Um estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, a constipação, em particular, a ausência de movimentos intestinais por até três dias, pode servir como um indicador de risco para o desenvolvimento de demência. Especialistas identificaram uma correlação direta entre constipação crônica e um declínio na função cognitiva equivalente a três anos de envelhecimento. De acordo com a pesquisa, 73% dos casos que apresentavam déficits cognitivos estavam associados à constipação, levando os especialistas a considerarem que problemas intestinais recorrentes podem ser um dos marcadores subestimados de doenças degenerativas.
Além disso, os resultados revelaram que não apenas a constipação, mas também evacuações frequentes, mais de duas vezes ao dia, estavam ligeiramente associadas a um maior risco de demência. Segundo o Dr. Ngouongo, pesquisador de pós-doutorado do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em San Antonio, bactérias intestinais específicas influenciam a neuroproteção e as potenciais intervenções terapêuticas que sugerem esta associação. Portanto, a conexão entre o intestino e o cérebro revela o impacto significativo do microbioma em nossos processos mentais e suas possíveis conexões com distúrbios neurológicos.
A compreensão dessa relação é essencial para abrir portas para novas abordagens terapêuticas.
Veja outras matérias em nosso blog: https://siglaeducacional.com.br/blog-sigla-de-desenvolvimento-de-carreira/
0 comentários