O ruído, o silêncio e a aprendizagem
O ruído está em todos os lugares, restaurantes, ginásios de esporte, sejam abertos ou fechados, shows, auditórios e tantos outros que você possa imaginar. Infelizmente, o ruído também está presente nas salas de aula. Entretanto, nesse ambiente, o ruído pode ser extremamente prejudicial para o aprendizado dos alunos com ou sem perda auditiva. Melhorar a relação sinal-ruído de um ambiente auditivo específico ajuda a garantir que indivíduos com ou sem deficiência auditiva tenham acesso às informações auditivas mais importantes ao seu redor.
Melhorar a acústica das salas de aula significa fazer ajustes nos mobiliários e nas superfícies das salas, ajudando todos os estudantes a terem uma melhor audibilidade. É preciso garantir que a voz do professor ou de um outro orador seja mais alta que o som ambiente. É garantir que o ambiente seja acusticamente saudável.
A literatura recomenda que o ruído nas salas de aula estejam entre 35 e 45 dB(A) e 50dB(A) – é o ruído aceitável no ambiente escolar. É sempre importante ter em mente que qualquer que seja o ruído, interno ou externo à sala de aula, pode mascarar parte ou a totalidade da fala do professor ou de qualquer outro orador do momento, tornando-a ininteligível e prejudicando o processo de ensino-aprendizagem.
Além de comprometer a audibilidade da fala, o ruído não controlado acarreta em interferência na cognição, pois, quando persistente, pode alterar o modelo comportamental do indivíduo afetado. Outra reflexão que devemos fazer é quanto a saúde vocal do professor. Para vencer a barreira imposta pelo ruído o professor eleva a intensidade de sua voz, despendendo um esforço contínuo maior, acarretando em problemas vocais, como nódulo, edema, fenda de pregas vocais.
Existem algumas ações que podem minimizar o ruído, melhorando a acústica da sala, a saber:
– Tapetes e cortinas: tapetes e cortinas absorvem o som, reduzindo eco e reverberações, tornando a fala mais clara e audível
– Painéis acústicos: a instalação de painéis acústicos nas paredes ajuda a reduzir o ruído de fundo, tornando mais claro ouvir o que está sendo dito na sala de aula.
– Gerenciamento de sons originados no mobiliário: é recomendado fazer uma caminhada de escuta ativa, prestando atenção nos sons que ouve. Existem portas e gavetas rangendo? Alguma cadeira ou mesa produz ruído extra? As cadeiras produzem ruídos ao serem movimentadas? Se uma ou mais resposta foi sim, deve-se intervir para reduzir ou eliminar o ruído. Portas e janelas podem ser lubrificadas, feltro pode ser colocado nos pés das cadeiras e mesas, dentre outras intervenções ambientais.
– Uso de sistema FM: o sistema FM tem como objetivo filtrar o ruído e enfatizar a fala. Nesse caso, o aluno precisa usar um aparelho auditivo, mesmo que sem amplificação, para que o receptor seja acoplado. O professor ou orador irá falar em um microfone que transmitirá o som diretamente para a orelha do aluno. O sistema FM é especialmente útil para alunos com deficiência auditiva ou para alunos com transtorno do processamento auditivo central.
– Microfone sem fio: o professor pode amplificar sua voz, aumentando assim sua relação sinal/ruído, tornando sua fala mais inteligível
Resumindo: O ruído está presente em muitos ambientes, incluindo salas de aula, onde pode prejudicar o aprendizado de todos os alunos, especialmente aqueles com perda auditiva. Melhorar a acústica das salas é essencial, e isso pode ser feito ajustando o mobiliário e superfícies, para garantir que a voz do professor seja mais alta que o som ambiente. A literatura recomenda que o ruído em salas de aula fique entre 35 e 45 dB(A).
Ruídos não controlados podem prejudicar a compreensão da fala e interferir na cognição, além de causar problemas vocais aos professores. Algumas soluções incluem o uso de tapetes, cortinas, painéis acústicos, gestão de ruídos do mobiliário, sistemas FM e microfones sem fio.
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