A sociedade moderna está cheia de patos

sociedade

Escrito por Sigla Educacional

4 de abril de 2024

A sociedade moderna está cheia de patos, mas muitas vezes é melhor ser ganso!!!

Não são os pássaros com bicos longos e patas palmadas, mas sim os profissionais que exibem uma calma superficial. Originária da Universidade de Stanford, a “Síndrome do Pato de Stanford” sugere que, embora os alunos aparentem estar tão serenos quanto um pato flutuando em um lago, por baixo da superfície estão remando freneticamente para acompanhar a competição e as demandas rigorosas do ambiente universitário.

É desafiador resistir à pressão de mergulhar de cabeça na vida profissional e em seu ambiente de alta pressão na grande maioria das situações. Muitos profissionais em nossa sociedade querem simplesmente começar a remar: competindo por vagas disponíveis no mercado ou empreendendo, construindo seus sonhos.

Nos anos iniciais da vida laboral quase todos profissionais estão tentando provar que são dignos de estar na empresa. Alguns trabalhavam até tarde da noite para concluir e bater suas metas, outros se dedicam à elaboração de conjuntos de problemas perfeitos e suas agendas ficavam rapidamente repletas.

Infelizmente, mergulhar de cabeça nas correntezas do mercado cria a receita perfeita para um estresse descontrolado.

O estresse desencadeia uma resposta natural no corpo humano. Quando confrontado com estímulos estressantes, a amígdala – o centro emocional do cérebro – envia sinais ao hipotálamo, o centro de controle do corpo, para liberar o hormônio adrenalina. Esse aumento de adrenalina acelera o coração e a respiração, colocando o corpo em um estado elevado de alerta e energia. Em seguida, o hormônio cortisol é liberado, mantendo essa resposta enquanto a ameaça de estresse persistir.

Entretanto, prolongar a resposta ao estresse pode acarretar problemas de saúde, como ansiedade, hipertensão, doenças cardíacas, obesidade, depressão e diabetes.

Entretanto, há profissionais que prosperam – ou pelo menos afirmam prosperar – sob elevado estresse. Este “eustress” produtivo e de curto prazo utiliza a resposta de luta ou fuga do corpo para energizar e motivar, auxiliando as pessoas a se concentrarem antes dos exames ou encorajando-as a se desafiarem academicamente e em atividades extracurriculares.

Quer conhecer mais sobre o eutress? Acesse: https://positivepsychology.com/what-is-eustress/

O estresse pode se apresentar como eustress positivo ou como seu equivalente negativo, dependendo do indivíduo. Situações que são estimulantes para alguns profissionais podem ser desastrosas para outros. Isso explica por que alguns patos estão contentes em nadar intensamente, enquanto outros flutuam passivamente: sua reação ao estresse é determinada pela percepção da situação.

Um exemplo disso é a arte da procrastinação, frequentemente empregada. Enquanto alguns profissionais acham que adiar o trabalho é desnecessariamente estressante, outros procrastinam rotineiramente, seguindo a filosofia de que um trabalho com prazo para às 23h59 só precisa ser iniciado às 22h – talvez até mesmo recorrendo à cafeína ou ajustando seu ciclo de sono para cumprir esses prazos noturnos.

A procrastinação é um fenômeno biológico interessante resultante de um embate entre o sistema límbico, responsável por nossas respostas emocionais rápidas, e o córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões complexas. O sistema límbico pode interferir na capacidade do córtex pré-frontal de tomar decisões racionais, levando alguém a evitar tarefas desagradáveis.

Basicamente, a procrastinação é usada para evitar o desconforto do trabalho, mas esse comportamento pode ser contraproducente. Eventualmente, a tarefa atrasada precisará ser concluída, momento em que o estresse pode ser extremo. Eliminar o hábito da procrastinação pode ser desafiador. Muitos profissionais acreditam que só têm bom desempenho sob pressão e aproveitando o eustress motivador. Mas essa crença os impede de reconhecer as potenciais consequências negativas do estresse posterior.

Estar ciente do estresse em sua vida diária pode ajudá-lo a viver mais feliz e saudável. Embora seja inicialmente difícil distinguir entre eustress e angústia, uma mentalidade positiva pode ajudá-lo a lidar melhor com os fatores estressantes em sua vida cotidiana e a aproveitar o poder do eustress sem sucumbir à angústia.

Qualquer discussão sobre o estresse corporativo seria incompleta sem mencionar os recursos disponíveis para ajudar os profissionais a lidar com as consequências negativas dos ambientes profissionais de alta intensidade sobre a saúde mental. Recorrer ao aconselhamento profissional e de pares pode ser um bom começo, desmistificar a terapia é de fundamental para incentivar a todos para procurar esses espaços acolhedores e transformadores.

Enquanto você avança na vida profissional, reserve um momento para desacelerar e refletir sobre as coisas despertando a alegria em você. Em vez de se concentrar nas ondulações causadas pelos patos ao seu redor, é importante focar em fazer o seu melhor – mesmo que isso signifique flutuar em vez de remar. No meio de uma multidão de patos, às vezes é melhor ser um ganso!

 

Veja a reportagem na íntegra: https://forbes.com.br/forbessaude/2024/03/sindrome-do-pato-flutuante-entenda-o-conceito-que-acende-alerta-sobre-o-sucesso/

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